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20/10/2011

A Violência nos Estádios de Futebol


http://www.vencendoseuslimites.blogspot.com


Por que as Pessoas estão se afastando dos estádios de Futebol? a resposta é óbvia; Violência entre torcidas.

Há momentos na vida pessoal ou na vida em sociedade em que tudo o que fermenta, tudo o que incomoda, tudo o que faz mal, vem à tona, aflora à consciência. Alguma coisa acontece e faz com que aquela semente não se conforme mais com a terra. O detonador desse processo, pode ser algo de grande magnitude, cuja ocorrência por si justifica a reação e pode ser algo pequeno, cuja verificação, se analisada isoladamente, não explica o movimento. Seria difícil dizer se uma briga entre torcidas ocorrida em agosto de 1995, no Estádio do Pacaembu, com a morte de um torcedor, foi a mais violenta, a mais cruel, a mais carregada de ódio entre pessoas que não se conhecem. 
Ou se foi o acontecimento mais chocante em termos de violência relacionada ao esporte. Pode até não ter sido. Talvez a presença maciça da polícia em outros momentos, ou a maior importância de outros jogos, tenha entorpecido o conhecimento dessa realidade que não é de agora. Ou talvez nos estivéssemos acostumando à convivência dessas idéias aparentemente antinômicas, dessas realidades à primeira vista antagônicas: violência e esporte. O certo é que com aquele fato a sociedade acordou e disse BASTA! A cidadania cobrou providências imediatas. Quis o fim da impunidade. Por falta de reflexão anterior, exigiram-se medidas de qualquer natureza.

Quanto mais radicais, melhor. Algumas que, se implementadas, inviabilizariam a sua própria razão de ser, ou colocariam em risco a cidadania que reclamou e se diz desprotegida. Ninguém há de querer o fim do esporte, ou a imposição às praças de futebol da calma dos cemitérios. Novas leis. Será necessário? Mais ousadia? Mais criatividade? O que se quer da Polícia? O que se espera da família? Da mídia? Dos clubes? Da escola? Da Federação? Da própria sociedade? O que se quer é o fim do medo. É poder torcer, vibrar, inconformar-se, sem ser punido pela cruel lógica de não ser da mesma torcida do agressor potencial. O que se quer é poder sair do estádio, rindo ou sofrendo conforme o resultado, sem a agonia de fugir da violência anônima, vestida de "gang" uniformizada.

O que se quer é PAZ nos Estádios

Responsabilidade

Várias providências já foram adotadas. O cadastramento de torcedores. O incentivo ao comparecimento de famílias. A proibição de identificação de torcidas uniformizadas. São medidas enérgicas a serem mantidas. Há outras providências por adotar.

- Os grupos organizados de torcedores foram criados e incentivados pelos clubes e por eles muitas vezes financiados e prestigiados. A sociedade passa a exigir que nos regulamentos dos campeonatos se insiram cláusulas de punição aos clubes cujas torcidas provocarem manifestações de violência (episódios limite) a critério de um colegiado formado pela sociedade civil. Isto mesmo que a manifestação não tenha influído no resultado do jogo (caso em que a responsabilidade já existe).
- Parte da arrecadação dos jogos deve ser destinada a um fundo para vítimas de violência no esporte e para campanhas de cunho pedagógico. Não será nenhum prejuízo. Basta cercar a evasão de renda.
- Grande preocupação deve cercar a constituição de torcidas organizadas. As que incluírem ritos de iniciação ilegais, incentivo à violência por atos ou símbolos, caracterizam conduta prevista em lei como ilegal e devem ser extintas por ação judicial. Seu patrimônio deve ter o destino acima referido.

Educação

O problema não é só de repressão/prevenção, ou de impunidade/responsabilidade. O problema é também de memória. Quanto tempo durará essa campanha na "média"? Quanto tempo a sociedade militará nessa discussão, hoje diária? Nós precisamos constituir o que CANETTI chamou de massa de inversão. Manter à tona nossa inconformação com a violência no esporte, de forma ativa. Movimentos desse tipo, conduzidos por entidades não governamentais, cercearam situações de violações aos direitos humanos, derrubaram ditaduras. Porque não o mesmo contra a violência?
Assim, deve ser cobrado aos clubes, às torcidas que remanescerem, à imprensa, à sociedade em geral, campanhas massivas contra a violência. A cada espetáculo de futebol, algo deve ser feito, como parte do espetáculo, como requisito da apresentação esportiva, contra a violência, pela volta da alegria. Esse processo educativo vai exigir a reflexão de quantos conviverem com a prática esportiva.

O Respeito à Cidadania

O critério de todas as providências adotadas é a preservação do espetáculo e dos direitos da cidadania. Grande esforço deve ser feito para preservar as garantias dos cidadãos, sem prejuízo da contenção da violência.

Solidariedade

Se o esporte já serviu a ditadores e a ditaduras, também nos deu grandes lições de solidariedade, dentro e fora do campo. Grandes causas já receberam a adesão de clubes, esportistas e torcidas. A anistia. O fim dos desaparecimentos forçados. A democracia. A paz. Faixas, cartazes e bandeiras que cruzaram o mundo, denunciando, lembrando, exigindo, via satélite.
A mesma criatividade que fez nascer práticas esportivas cujo sucesso está na solidariedade entre os jogadores de um time, deve patrocinar ações que restabeleçam a alegria e determinem o fim da violência entre as torcidas.

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